Festival Nação HQ: Mostra Venda Nova – 2001

Festival Nação HQ
Mostra Venda Nova
24 de março de 2001
E.M. Geraldo Teixeira da Costa

1º FIQ!BH – 1999

A primeira edição do Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte aconteceu entre os dias 1 e 5 de dezembro de 1999. Na programação 15 exposições, lançamentos de revistas, debates, conferências e a 1ª Feira de Livros e Quadrinhos de BH. Os homenageados foram o cartunista Angeli e o país homenageado foi a França.

Membros de nosso grupo atuaram no debate “Quadrinhos Independentes”, com Ota, Zappa, Manticore, Chantal e Amauri de Paula. Através da Zoop Quadrinhos, foi ministrada a Oficina de HQ. Na parte da produção, houve a participação da montagem e monitoria do festival.

Juventude, de Chantal

Juventude
Autora: Chantal
Zoop Quadrinhos/Studio Sonho

Prefácio de Nilson

“Essa tal de Chantal…

Abrir um jornal ou revista e achar alguma coisa que surpreenda é coisa rara para um brontossauro dos quadrinhos feito eu. Mas aconteceu: abri o ‘Diário da Tarde’ e dei de cara com uma tal de Chantal.

Mulher mexendo com humor, com quadrinhos é coisa ainda mais rara. Tem a Margie da ‘Luluzinha’, tem a Francesa Claire Bretécher, tem a Ciça do ‘Pato” e Ciça Fittipaldi, tem a Conceição Cauh, tem a Marisa Alves Costa, tem a Thaís Linhares e tem a Carla Wolf, de Brasília. Mas desses só a Margie é bem conhecida. O mundo dos quadrinhos tem sido um latifúndio masculino, para tédio nosso.

Eu não sabia nada da tal Chantal, liguei pro Melado, meu mano veio que também trabalha no Jornal. Melado me informou que de francês e Belga ela só tinha avós. Mais o maior susto foi a idade dela, ela só tinha 14 anos. E já desenhando desse jeito. É normal um desenhista ter influência de um autor que admire, principalmente quando começa. Mas a Chantal não. Seu traço parece ter saído do nada, é totalmente seu. Se ela tivesse influência do francês franquín, do ‘Spirou” seria natural. Se ela tivesse influência do ‘cocâcaina comix’ tipo Angeli, seria previsível. Mas droga nenhuma: o traço da Chantal é o traço da Chantal. Puro e simples.

Na tirinha ‘Juventude’, olha como ela desenha o cabelo do Edu ou do Haroldo, olha os tênis que ela desenha. Nossos tênis mudaram muito, tornaram-se verdadeiras naves espaciais. Chantal registrou isso. Esse é o traço do verdadeiro criador, em vez de copiar ele observa e traduz em traço. Eu confesso: quando vi os tênis da Chantal passei a imitar na hora, até aprender. Os originais são assim: mudam a gente.

Mas de que adiantaria tal traço sem o humor fino que Chantal pesca no cotidiano? O olho vê, a mão desenha. Chantal viu o Guga e o transformou naquilo que todos nós sabíamos que ele era: um duende. Isto na história da “Raça dos Gugas’ ainda inédito. Então Chantal é um todo. Que está ainda desabrochando. Por esta história do duende, imagino os voos, maiores que ela ainda fará: ela só tem 20 anos agora.

Jornais, abram as portas” Revistas, ampliem suas vistas. Essa tal de Chantal é uma original” Uma criadora de traços! Deus aumente.”

A guerra dos imundos, de Guga Schultze

A guerra dos imundos
Autor: Guga Schultze

Quadradin
Zoop Distribuidora de Quadrinhos
1998

13×17 cm
Miolo P&B