SOBRE QUADRINHOS, DIDÁTICA E DIVERSIDADE
As histórias em quadrinhos têm se mostrado uma atrativa e acessível forma de expressão cultural. Com sua linguagem ágil e leve, é possível abordar temáticas variadas, utilizando a união entre as artes visuais e a literatura.
Sem que o domínio do contexto ou das estruturas narrativas imponham-se como pré-requisitos intimidadores, o leitor é estimulado a entender arquétipos, tecer expectativas, compartilhar as reflexões do autor, questionar a situação política de seu país ou, simplesmente, ler sobre ela.
Sendo assim, parece interessante que mais cotidianos e experiências de vida possam ser retratadas nas histórias em quadrinhos? Seria desejável, inclusive para o mercado já estabelecido das hqs, que as produções se tornem cada vez mais democráticas, acessíveis e plurais?
A recente facilidade de se tornar um produtor de conteúdo e o maior alcance possibilitado pela disseminação na internet contribuem para isso, claro. Mas ainda é preciso remover um degrau: o conceito de que quadrinistas são pessoas raras, com talento e técnicas extraordinários, e não pessoas com histórias para contar.
As histórias em quadrinhos comunicam ideias em uma linguagem que se vale da experiência visual comum ao autor e seu público. Segundo Will Eisner, no seu livro Quadrinhos e Arte Sequencial, as histórias em quadrinhos têm como característica ser “um veículo de expressão criativa, uma disciplina distinta, uma forma artística e literária que lida com a disposição de figuras, imagens e palavras para narrar uma história ou dramatizar uma ideia.”
Você, talvez, argumente que Eisner era um desenhista monstruoso, inserido num mercado já estabelecido, que desejava consumir o que ele produzia. E você estará certo em sua observação!
É óbvio que nós, iniciados no gosto e na produção das histórias em quadrinhos, esperamos que muitas das convenções (de arte, de narrativa…) sejam respeitadas, como nas grandes histórias e pelos grandes artistas que nos fascinaram, quando fomos convencidos a ler quadrinhos.
Mas não devemos deixar que isso impeça que “algo fora dos trilhos” surja e, talvez, tenha a chance de amadurecer e encontrar seu lugar entre os “quadrinhos que valem a pena”.
Para que isso aconteça, devemos ir atrás de ideias e contadores de histórias. E foi tentando munir não iniciados das ferramentas adequadas, para nos brindarem com suas narrativas e novos vieses, que os Núcleos de Quadrinhos Nação HQ foram idealizados.
Mas, não se iluda, mesmo quando nosso objetivo for “extrapolar as convenções”, convenções e regras ainda acompanharão o processo de aprendizado dos núcleos.
Um passo de cada vez, contudo.
Os Núcleos de Quadrinhos foram financiados pelo edital de Incentivo à Cultura da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte. As aulas aconteceram na Escola Municipal Gracy Vianna Lage, em parceria com o Centro Cultural de Venda Nova, da Regional Venda Nova; no Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado, em parceria com a Escola Municipal Lídia Angélica, da Regional Pampulha; e no Centro Cultural Padre Eustáquio, da Regional Noroeste.
Os participantes tiveram suas primeiras experiências na criação de uma revista. Todo o desenvolvimento do curso foi pensado para promover a habilidade para trabalhar em equipe, como uma “redação”, com o objetivo de produzir a publicação final.
As aulas foram ministradas por meio de conteúdos teóricos e práticos. No processo de arte-final, todos foram convidados a executar uma parte da hq, por isso, você encontrará vários estilos de traços em uma mesma história.
Cada aluno receberá 50 exemplares desta edição para, se desejar, comercializar e financiar seu próprio fanzine, iniciando um ciclo de autonomia artística. O projeto estimula a formação de núcleos capazes de manter a própria produção, fortalecendo o cenário da produção independente.
Núcleo Lagoa do Nado
Núcleo Venda Nova
Núcleo Padre Eustáquio
Convite de Lançamento
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LANÇAMENTO DA REVISTA:
NÚCLEOS DE QUADRINHOS NAÇÃO HQ
EXTRAPOLANDO AS CONVENÇÕES
Parece interessante que mais cotidianos e experiências de vida possam ser retratadas nas histórias em quadrinhos, não é? Em busca de pessoas que nos brindem com suas narrativas, os NÚCLEOS DE QUADRINHOS NAÇÃO HQ foram idealizados e o resultado está no lançamento da revista EXTRAPOLANDO AS CONVENÇÕES, dia 27 de maio, às 15 horas, no Ateliê 50, bairro Lourdes – Belo Horizonte/MG.
As aulas dos núcleos aconteceram no segundo semestre de 2016 na Escola Municipal Gracy Vianna Lage, em parceria com o Centro Cultural de Venda Nova; no Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado, em parceria com a Escola Municipal Lídia Angélica; e no Centro Cultural Padre Eustáquio.
Durante o projeto, os 21 alunos tiveram suas primeiras experiências na criação de uma revista. Todo o desenvolvimento do curso foi pensado para promover a habilidade para trabalhar em equipe com o objetivo de produzir uma publicação reunindo as histórias dos três núcleos. O projeto estimula a formação de grupos capazes de manter a própria produção independente. Nesse sentido, cada aluno receberá 50 exemplares da edição para, se desejar, comercializar e financiar seu próprio fanzine, iniciando um ciclo de autonomia artística.
Além do lançamento da revista, uma série de oficinas de quadrinhos acontecerão entre os meses de maio e agosto em sete centros culturais da cidade. Toda a programação é gratuita.
Os Núcleos de Quadrinhos Nação HQ são realizados com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Fundação Municipal de Cultura.
NAÇÃO HQ
Coletivo composto por apaixonados por quadrinhos, realizou a primeira atividade que trazia o nome do grupo, em 1998, com a gravação do Documentário Nação HQ, na Feira Nacional de Quadrinhos. Após vários festivais, eventos e lançamentos de revistas, criou, em 2004, a Associação Cultural Nação HQ que realiza ações culturais para a valorização das histórias em quadrinhos. Nos últimos anos, a Nação HQ tem se dedicado a projetos de formação de público, trabalhando em espaços como escolas e centros culturais.
Serviço
Lançamento da revista
27 de maio de 2017 – sábado – das 15 às 17 horas
Ateliê 50 – Rua Aimorés, 1743 – Bairro Lourdes – Belo Horizonte/MG
As 100 primeiras pessoas receberão um exemplar da revista
Revista: 200 páginas – Formato: 15×21 cm
Capa colorida. Miolo P&B – ISBN: 978-85- 93562-00- 6